segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Criatividade em Comunicação - Transparencia e Dissimulação

Transparência

Qualidade do que transmite a verdade sem a adulterar, com clareza. Qualidade de quem não tem nada a esconder. Caráter do que não é fraudulento e pode vir a público.


Dissimulação

Ocultar com astúcia, fingir, disfarçar, encobrir, fazer parecer diferente do que é, atenuar o efeito de algo, calar-se para dissimular ressentimentos.


A dissimulação atravessa toda a história da humanidade, nutrindo a vida de todos nós.
A mentira pode surgir por várias razões: receio das conseqüências (quando tememos que a verdade traga conseqüências negativas), insegurança ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de nós próprios melhor do que as que verdadeiramente acreditamos), por razões externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade superior), por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem em relação aos que dizem a verdade) ou por razões patológicas.
Durante os primeiros anos as crianças não distinguem a realidade da fantasia, mas cedo começam a utilizar a mentira por proveito próprio. Sensivelmente por volta dos 7 anos as crianças já têm capacidade para distinguir claramente o verdadeiro do falso, e os adolescentes passam a conseguir discernir com relativa facilidade quem está a mentir ou a ser sincero.
Nos estados neuróticos, a mentira pode surgir com base numa incapacidade da consciência aceder a fatos recalcados e que se encontram no nosso inconsciente, ou por problemas de auto-estima e auto-imagem que desencadeiam a necessidade de fazer passar uma auto-imagem melhor do que a que acreditamos ter.
A pergunta óbvia que todo esse relato suscita é: por que mentimos com tanta facilidade? E a resposta: porque funciona. O Homo sapiens que melhor consegue mentir leva vantagem sobre seus pares na luta incansável para o sucesso reprodutivo que move a máquina da evolução.
Como humanos, devemos nos enquadrar em um sistema social fechado para sermos bem-sucedidos, ainda que nosso alvo principal seja nos colocarmos acima de todos os demais. Mentir ajuda. E mentir para nós mesmos - um talento desenvolvido por nosso cérebro - ajuda-nos a aceitar nosso comportamento fraudulento.
Ironicamente, a principal razão de sermos tão bons para mentir aos outros é que somos bons para mentir a nós mesmos. Há uma estranha assimetria em como partilhamos a desonestidade. Embora estejamos sempre prontos para acusar os outros de nos enganar, somos incrivelmente distraídos com nossa própria duplicidade. Experiências de termos sido vítimas de falsidade são gravadas indelevelmente em nossa memória, mas nossas próprias prevaricações escapam tão facilmente de nossa boca que geralmente nem nos damos conta delas.

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